segunda-feira, 10 de novembro de 2014

Vida de casada (for dummies)

E como vai a vida de casada?
Mais fácil me dizer o que você prefere ouvir sobre minha vida de casada.
Você quer ouvir sobre como fico cansada por trabalhar e ainda arranjar tempo para cuidar da casa? Ou quer saber sobre como eu e meu marido tentamos dividir as tarefas por igual? O que você quer ouvir hoje?

Desde que me casei certamente muita coisa mudou.  Algumas coisas foram bem previsíveis e nós já tínhamos planos detalhados sobre como lidar com cada coisa. Outras nos pegaram de surpresa mesmo!

Sempre pudemos prever o tédio, o cansaço e o desanimo de ter que executar diversas tarefas domésticas. Afinal, a casa precisa ficar limpa e organizada, e ninguém gosta de fazer isso (especialmente depois de ter madrugado e passado um dia cansativo no trabalho). Por isso, tentamos desde o início dividir as tarefas e compartilhar responsabilidades. Nem sempre é fácil. Às vezes fica uma sensação de fadiga ou de revolta por achar que um está fazendo mais que o outro. Mas, sabemos que se a revolta aumentar, precisamos rever se a divisão está justa. Isso foi planejado e tem ocorrido com menos problemas do que provavelmente teríamos se não tivéssemos planejado nada.

Também não foi surpresa nenhuma ver que a maioria das dicas de DIY (faça você mesmo) que aprendi de fato tornariam nossas vidas mais leves e descomplicadas. Sim, estudar é bom. E, sim! Estudei formas mais práticas de fazer tarefas do dia-a-dia e isso tem se provado bem válido. A internet ajuda muito quem não tem experiência, até pra te fazer perceber que nem sempre o jeito que sua mãe sempre fez é o melhor pra você.

Outra coisa que não me surpreendi foi com o meu marido como pessoa. Sempre me alertaram sobre como o homem muda depois de casado, que você descobre coisas e blablablá. Sim, ele tem váriaaaaaaas coisas que eu não gosto, muitos defeitos, mas a maioria deles não é nenhuma novidade para mim. Nada de super surpreendente surgiu com o casamento... Mais do mesmo... Então, sim, ao menos até agora os que disseram que meus dez anos de namoro não serviriam para nada depois de casada estavam errados! Ele não virou nenhum mostro depois que mudamos pro mesmo lugar. Em geral, continuamos sendo nós mesmos.

Das coisas que me pegaram de surpresa, a primeira foram as outras pessoas. Sim, as outras pessoas! A reação das pessoas quando você casa é incrivelmente bizarra às vezes. Não sei se acabam falando besteira porque elas não sabem mais como agir ou o que dizer, já que você se tornou afinal uma pessoa casada (como se tivesse que mudar muita coisa)! Mas, de qualquer forma, é bizarro! Muita gente veio me perguntar sobre as fucking tarefas domésticas, loucas para saber o quanto eu estava esfregando, passando lavando, etc. Vi na cara de muitos uma ansiedade louca pra conseguir arrancar de mim alguma desgraça da nova vida de casada. E para o descontentamento de muitos, é difícil sim, mas não absurdo. E eu não sou a única responsável pelas tarefas domésticas, pelo amor dos meus filhinhos! Estamos no século XXI!

Quero distância dessa mentalidade medieval! Ah! E isso tudo antes de comentários extremamente desrespeitosos sobre o quanto eles acham que meu marido engordou desde que casamos.ah! Tenham dó! Conheço ele com a palma da minha mãe e sei bem que isso não aconteceu? Esses mesmos são os que se mostram incrivelmente desapontados quando digo que dividimos todas as tarefas e se desesperam quando digo que ele cozinha mais que eu. Como se isso fosse um ultraje! São os mesmo que dizem que eu "não pareço casada". Raios! Que porra é alguém parecer casada! Só por que ainda estou linda, jovial, alegre e magra?! Kkkkkk.... Deal with it!!
Concluí que algumas pessoas são como abutres, esperando a desgraça, ansiosos pra ver sua miséria, só talvez para não se sentirem sozinhos na sua podridão. Vão ao léu!!!

O único mal agouro que de fato sento foi algo estranho, na verdade. A proximidade cria às vezes a impressão de distancia. Temos a impressão de que ocasionalmente nos perdemos, nos afastamos, estamos ali só de corpo presente. E isso é também um hábito. Um bem corrosivo. Pela primeira vez temi pelo meu casamento de fato. Porque isso parece tão intangível, tão difícil de entender, apontar e estudar que parece longe de uma solução final. Não consigo apontar bem o que é nem quando ou como ocorre, mas é uma tendência a impressão de distancia, um afastamento (mesmo que só como impressão), uma desconexão. Mas, por hora estamos nos concentrando a lembrarmos de quem somos. Estamos tentando voltar com velhos hábitos juvenis. Afinal, ainda somos as mesmas pessoas. Precisamos lembrar, lembrar de tudo que queríamos fazer, e que finalmente podemos!!

Enfim, há muito mais para contar sobre esse momentos de transição. São muitas percepções que só se tem olhando desse ponto de vista. E me arrependi por não ter escrito mais. Acumulei tanto a dizer que não sei por onde começar... Bem, aqui está.

Ps. Comentem suas percepções... Mandem um inbox..... ;)

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